Teses de Doutorado
SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS DE Streptococcus pyogenes NA CIDADE DE CURITIBA,ESTADO PARANÁ
SUSCEPTIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE ISOLADOS DE Streptococcus pyogenes NA CIDADE DE CURITIBA,ESTADO PARANÁ
ROSANGELA STADNICK LAUTH DE ALMEIDA TORRES
Programa: Doutorado 2007
Linha de pesquisa: Indeterminado
Orientador: Profª. Drª. Iara José de Taborda Messias-Reason
Co-orientador: Profª. Drª. Líbera Maria Dalla Costa
Data da defesa: 08/04/2011
Banca Examinadora
| Profª. Drª. Iara José de Taborda Messias-Reason | Orientador(a) |
| Profª. Drª. Karin Braun Prado | Universidade Federal do Paraná |
| Profª. Drª. Luiza Guilherme Guglielmi | Universidade de São Paulo |
Resumo
O Streptococcus pyogenesé considerado importante por sua grande habilidadede
colonizar, infectar e lesionar tecidos humanos. Este microrganismo está associado a um
largo espectro de doenças, afeta pessoas com uma simples faringite ou pode
desenvolver formas graves da doença estreptocócica,como meningite, sepsis ou febre
reumática. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de susceptibilidade aos
antimicrobianos de 1112 isolados de S. pyogenescoletados de amostras clínicas de
pacientes na cidade de Curitiba, estado do Paraná, durante o período de 1993 a 2009.
Os isolados resistentes a macrolídeos foram caracterizados geneticamente através da
tipagem emm, macrorrestrição smaI e perfil de virulência.Todos isolados foram
susceptíveis a penicilina, vancomicina, tigeciclinae bacitracina. Ao contrário, 18.6% dos
isolados foram resistentes a tetraciclina, apresentando CIM50/CIM90 de 32/64 µ/ml.
Resistência a eritromicina foi encontrada em 29 (2,6%) dos isolados e entre estes, 7
(24,1%) apresentavam fenótipo de resistência constitutiva transportando o gene erm(B),
9 (31,0%) o fenótipo indutivo e gene erm(A) e 13 (44,8%) dos isolados apresentaram o
fenótipo M e genemef(A). A taxa de resistência a eritromicina aumentou de 1.9% no
período anterior ao ano 2000 para 4% após 2000 e foi associada a um marcante
aumento dos níveis dos CIMs. Simultaneamente, ambosos fenótipos e genótipos de
resistência foram se modificando, o fenótipo M [genótipo mef(A)] foi sendo substituído
pelo fenótipo cMLSB [genótipo erm(B)]. Os isolados apresentando M fenótipo pertenciam
ao emm12 e amplificaram os genes pfbp, prtf-2 e sciBassociados a adesão e
internalização dos EGA. Cinco emm-tipos (22, 58, 78, 82 e 94) representando seis
diferentes pulso-tipos foram associados com o fenótipo iMLSB. Os sete isolados
expressando o fenótipo de resistência constitutiva pertenciam a cinco diferentes emm-
tipos (11, 22, 28, 73 e 76) correspondendo a cinco diferentes pulso-tipos. Todos os
isolados transportavam os genes das exotoxinas speB, speG espeH, independente do
fenótipo MLSB apresentado. A disseminação policlonal da resistência aos macrolídeos
apresentando fenótipo cMLSB e gene erm(B) observada nos últimos anos, alerta para a
manutenção de programas de vigilância epidemiológica para avaliar este fenômeno
emergente ainda não observado na América do Sul.
PALAVRAS CHAVE: Streptococcus pyogenes, Resistência, Susceptibilidade,
Macrolídeos, emm-tipos, pulso-tipos, Vigilância Epidemiológica.
